Situada na zona da foz do Arade, Lagoa, Algarve, local em que houve, no passado, mais de 27 mil empregos em conserveiras, os jovens empreendedores André Teixeira, Manuel Mendes e Vincent Jonckheere criaram a Conserveira do Arade, que assegura um processo de fabrico tradicional de conservas sob a marca Saboreal.
A empresa recebeu um apoio financeiro do PO Mar 2020 de 30 mil euros destinados ao investimento na modernização da área de fabrico, para dotar as instalações de equipamentos, que facilitem o trabalho dos funcionários, permita duplicar a capacidade de fabrico e aumente a eficiência energética.
Com os novos equipamentos, vão, ainda, conseguir diversificar a oferta, um fator muito importante para fazer face à exigência dos consumidores, e, em simultâneo, reduzir os custos de fabrico graças à maior eficácia de todo o processo produtivo.
A Saboreal destaca-se pela aposta na diversificação das suas conservas, que recorrem ao melhor peixe algarvio, combinados e temperados de forma inovadora e com uma forte integração de produtos locais.
Segundo os seus mentores, “a Saboreal inova não só pelo método de fabrico, 100% artesanal, mas, também, pela apresentação original em frasco de vidro. O foco da empresa é elaborar produtos que representem a riqueza gastronómica do nosso país.
A empresa compra, em média, 100kg de peixe por dia e produzem cerca de 80 mil frascos de conserva por ano e apenas cerca de 40% da produção fica em Portugal, 50% é exportado para a Europa central e o restante para a Ásia, nomeadamente Hong Kong e Macau.
Para os empreendedores, o apoio do programa Mar2020 chega numa altura em que alcançaram o equilíbrio na empresa e que permitirá passar para uma fase de crescimento mais consistente e de longo prazo.
Entrevista a Manuel Mendes, da Saboreal
1. Em que consistiu o projeto que candidataram ao Mar2020?
O projeto Mar2020 a que nos candidatamos consiste, primeiro na modernização da área de fabrico, a qual inicialmente foi construída com poucos recursos, iremos dotar as nossas instalações de alguns equipamentos que irão facilitar o trabalho dos nossos funcionários, bem como sermos energeticamente mais eficientes. Segundo, no crescimento da nossa capacidade de fabrico, com os investimentos propostos, conseguiremos dobrar a nossa capacidade.
2. De que forma esse projeto vai dinamizar a atividade da empresa?
O projeto irá permitir um crescimento empresa, visto que iremos ser mais eficazes no processo produtivo, reduzindo bastante os custos produtivos. Com os equipamentos previstos, iremos também diversificar a oferta de produtos, o que hoje em dia é muito importante, face à exigência dos consumidores. Vamos ainda aumentar a qualidade dos nossos produtos.
3. Quais as principais inovações que trazem ao mercado?
O produto que desenvolvemos, a petiscada, inova não só pelo método de fabrico, 100% artesanal, bem como pela sua apresentação original em frasco de vidro. O nosso foco é elaborar produtos que bem representem a riqueza gastronómica que o nosso país possuí.
4. Para que mercados vão produzir?
Cerca de 40% da nossa produção fica em Portugal, este valor assenta sobretudo num trabalho comercial muito ativo no nosso país, acreditamos que antes de sermos exportadores devemos ter os nossos produtos bem aceites em casa. Uma vez concluído este trabalho, começamos a exportar para os países mais próximo, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Luxemburgo, Áustria e Holanda. Ao mesmo tempo iniciamos trabalho na Ásia, nomeadamente Hong Kong e Macau.